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Brasileiros acreditam que Bolsonaro é maior responsável por mortes por Covid-19

A grande diferença entre Bolsonaro e os demais é explicada por todas as atitudes irresponsáveis tomadas pelo presidente da República relacionadas à pandemia que levou o Brasil a ocupar a sexta posição no ranking mundial de mortes por Covid-19


Brasileiros acreditam que Bolsonaro é maior responsável por mortes por Covid-19
Reprodução

Sindsep-PE

Um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas em 194 municípios espalhados por 26 Estados e Distrito Federal apontou Jair Bolsonaro como o maior responsável pelas mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil. Enquanto 35,1% dos entrevistados disseram que Bolsonaro é o principal responsável para mortes, 12,7% apontaram que os governadores são os maiores culpados, 9,4% acham que é responsabilidade da população, 6,0% acham que "todos" são responsáveis, 5,6% apontaram o STF e 4,1% os prefeitos. A pesquisa tem grau de confiança de 95%.

A grande diferença entre Bolsonaro e os demais é explicada por todas as atitudes irresponsáveis tomadas pelo presidente da República relacionadas à pandemia que levou o Brasil a ocupar a sexta posição no ranking mundial de mortes por Covid-19. Até a última sexta-feira eram mais de 20,1 mil mortes.

Todas as autoridades sanitárias mundiais, cientistas, médicos,  governos, além de organizações como a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), propagam a necessidade da população mundial se manter em casa para achatar a curva de crescimento do contágio e permitir, desta forma, que todos possam ser atendidos nos hospitais quando contraírem a Covid-19. Mas Bolsonaro defende exatamente o contrário.

“Caso todos os brasileiros saíssem de suas casas e voltassem a ter uma vida normal, como defende Bolsonaro, a doença se alastraria muito rapidamente e o sistema de saúde entraria em um colapso ainda maior do que o que estamos enfrentando. Resultado: o número de mortes seria multiplicado por milhares de brasileiros e brasileiras”, destacou o diretor de Imprensa da Sindsep -PE e diretor da CUT-PE, Fernando Lima. 

A irresponsabilidade do presidente vai para além de suas falas. Depois que ele trocou dois ministros da Saúde em menos de um mês, por que eles não concordavam com absurdos como o fim da quarentena e a adoção da cloroquina para tratar a Covid-19, o governo segue provocando uma debandada no ministério da Saúde. Nesta sexta-feira (22), o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, Antônio de Carvalho, pediu demissão por não concordar com a imposição da cloroquina. 

Cloroquina mata

O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (20) o protocolo que libera o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina até para casos leves de Covid-19. E Carvalho era o responsável pela incorporação de medicamentos ao SUS. Um estudo publicado também nesta sexta-feira (22) pela revista médica The Lancet, a de mais prestígio no mundo, a partir de testes em 96 mil pacientes, aponta que o remédio mata, aumentando o risco de complicações cardíacas, e não ataca a Covid-19. (Veja AQUI) O próprio protocolo do governo ressalta que "não existe garantia de resultados positivos" que "não há estudos demonstrando benefícios clínicos". O documento afirma ainda que a cloroquina pode causar efeitos colaterais que podem levar ao "óbito".

Mas isso não importa para Bolsonaro. Na mesma quarta-feira em que o protocolo da cloroquina foi alterado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou, em entrevista para a GloboNews, que o governo federal pretendia alterar a bula do medicamento para incluir nela a recomendação para o tratamento da COVID-19. "O próprio presidente da Anvisa se assustou com aquele caminho, disse que não poderia concordar. Eu simplesmente disse que aquilo não era uma coisa séria e que eu não iria continuar naquilo dali”, disse Mandetta na entrevista. 

Em uma decisão ideológica por ser a China um país comunista, o Ministério da Saúde cancelou a compra de 15 mil respiradores produzidos pelos chineses e que estão sendo vendidos para centenas de países de todo o mundo. Segundo o governo, empresas brasileiras atenderiam as necessidades do SUS com 14.100 respiradores mecânicos. Mas o governo do Brasil só distribuiu 861 respiradores para 14 estados. Apenas 70 máquinas vieram para Pernambuco quando a necessidade do Estado era muito maior. No último dia 7 de maio, o Governo de Pernambuco solicitou o envio de 100 respiradores pelo Governo. Mas até o momento, nada. 

“Todos os pronunciamentos e atos desse presidente relacionados à pandemia se configuram como crimes contra a saúde pública. Foi por esses crimes, além de outros já amplamente divulgados, que entidades do movimento sindical, social, jurídico e político se uniram para pedir o seu impeachment nessa quinta-feira”, concluiu o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira.






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