Home > Notícias > Bolsonaro deve responder pelas mais de 100 mil vidas perdidas no Brasil

Bolsonaro deve responder pelas mais de 100 mil vidas perdidas no Brasil

Condsef/Fenadsef se soma a milhares de brasileiros que lutam pelo fim do governo que conduz de forma irresponsável a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Fiocruz alerta que em três meses mortos serão 200 mil


Bolsonaro deve responder pelas mais de 100 mil vidas perdidas no Brasil
Reprodução/DR

Condsef/Fenadsef

Uma marca trágica e sem precedentes na história do Brasil foi registrada oficialmente nesse sábado, 8. São mais de 100 mil mortos pela Covid-19 no país. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil lidera novas mortes confirmadas por covid no mundo em 24 horas. Desde o início dessa que é a maior crise sanitária dos últimos 100 anos, os brasileiros enfrentam graves problemas provocados pela condução irresponsável do governo Bolsonaro. O menosprezo, descaso e negacionismo com que Jair Bolsonaro encara a pandemia do novo coronavírus são apontados com causa central para que o país tenha chegado a esse ponto. A Fiocruz ainda alerta que se nada mudar, em três meses serão 200 mil o número de vítimas. 

Nessa sexta-feira, 7, a Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas participaram de atividades por todo o Brasil unidas a centrais sindicais, incluindo a CUT, e movimentos sociais reforçando o coro pelo fim do governo Bolsonaro, em defesa da vida e dos empregos. Enquanto milhões de brasileiros lutam para que as mortes pela Covid-19 não sejam naturalizadas, o Brasil segue sem ministro da Saúde. 

Desde que Luiz Henrique Mandetta foi exonerado e Nelson Teich pediu demissão, o interino, general Eduardo Pazuello, está no comando da pasta. Essa semana, em live onde Bolsonaro disse lamentar as 100 mil mortes de brasileiros sugerindo que a "vida deve continuar", Pazuello comparou a Covid-19 ao HIV. O ministro interino da Saúde ignorou que a doença provocada pelo novo coronavírus matou em menos 6 meses o mesmo número de brasileiros que a Aids em 9 anos. A militarização do ministério é outro grave problema na leitura de diversos especialistas e tem atrapalhado o combate efetivo à pandemia no Brasil.  

Crime contra a humanidade

A carga de absurdos e irresponsabilidades com que o governo Bolsonaro conduz essa crise é tamanha que diversas entidades, incluindo a Condsef/Fenadsef, denunciaram o presidente do Brasil no Tribunal Penal Internacional de Haia. No pedido, os signatários buscam a instauração de um processo de investigação para averiguar o cometimento de crime contra a humanidade por parte de Jair Messias Bolsonaro e consequente instauração de procedimento criminal. As entidades ainda solicitam que o governo apresente informações necessárias para elucidar as denúncias formuladas e cobram que Bolsonaro seja convocado a prestar depoimento pessoal, sob pena de confissão das acusações em caso de recusa. 

A revista Fórum listou declarações e medidas de Bolsonaro que podem ser apontadas como causa do aumento da tragédia que assombra e abala o Brasil. Além de negar os fatos e insistir em negar também a ciência, Bolsonaro levanta constantes suspeitas sobre os números da pandemia, sugerindo que são inflados sendo que a subnotificação é apontada por profissionais da linha de frente como uma realidade. O presidente chegou a dizer que "morre gente todo dia" e que a Covid-19 não passaria de uma "gripezinha". Quando o número de mortes chegou a 10 mil, o presidente anunciou que faria um churrasco em razão de seu aniversário, foi visto incontáveis vezes sem o uso de máscaras em lugares públicos e provocou aglomeração em diversas ocasiões.  

"E daí?"

Em mais declarações polêmicas, Bolsonaro respondeu ao aumento no número de mortos alegando não ser coveiro. E quando o Brasil superou o número de vítimas fatais da China o presidente retrucou. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse no fim de abril. Em maio Bolsonaro iniciou uma campanha pessoal que ainda hoje conduz em defesa do uso de hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19, protocolo que a maioria absoluta dos cientistas afirma não ter qualquer comprovação de eficácia. 

Além disso, Bolsonaro seguiu incentivando a não adoção do uso de máscaras pela população, chegando a vetar um projeto de lei que tornava obrigatório de máscaras em igrejas, comércios e escolas. Dados do Ministério da Saúde passaram a ser divulgados apenas por registros diários. A decisão fez com que veículos de imprensa organizassem um consórcio para garantir que a população continuasse informada sobre o avanço da doença. Bolsonaro ainda incentivou que aliados invadissem hospitais para filmar leitos destinados a pacientes com coronavírus. 

O desrespeito com profissionais da saúde não parou por aí. Mais recentemente Bolsonaro determinou por meio de veto o congelamento de salários até dezembro de 2021 a categorias que atuam no combate a pandemia e haviam sido poupadas pelo Congresso Nacional da Lei Complementar (LC) 173/20. Além disso, o presidente também vetou possibilidade de concessão de idenização a profissionais da saúde vitimados pela doença.  

Quando divulgou que teria testado positivo para a Covid-19, Bolsonaro sugeriu que as pessoas enfrentassem a doença. “Tem medo de quê? Morre gente todo dia”, disse. Essa semana, uma funcionária da Caixa Econômica Federal confirmou o falecimento da mãe e do pai vítimas da Covid-19. A perda de ambos aconteceu logo depois que a funcionária, que morava com os pais, foi obrigada a retornar ao trabalho presencial, mesmo depois de ter solicitado formalmente continuar em regime de teletrabalho. "É a vida", diria Bolsonaro como em algumas de suas declarações. Mas para a Condsef/Fenadsef milhares de vidas poderiam ter sido salvas não fosse a irresponsabilidade de um presidente que age como um verdadeiro genocida. 

"Não nos calaremos e vamos continuar cobrando o fim do governo Bolsonaro", disse o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva. "Não podemos, infelizmente, mudar o curso da história e salvar as milhares de vidas perdidas, mas vamos seguir lutando para que nenhum brasileiro ou brasileira perca sua vida pelas irresponsabilidades cometidas por esse governo que demonstra ter desprezo pela vida da população. No luto seguiremos a luta. Para nós todas as vidas importam", reforçou.  

Com informações da revista Fórum






NOSSOS

PARCEIROS