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Após dois anos de interrupção, Conen realizou mais um Ípadé das Pretas em Salvador

A diretora da secretária de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da Condsef/Fenadsef e do Sintsef-BA, Erilza Galvão, participou da atividade que homenageou Josina Machel


Após dois anos de interrupção, Conen realizou mais um Ípadé das Pretas em Salvador
Reprodução/Sintsef-BA

Sintsef-BA

A Conen – Coordenação Nacional de Entidades Negras, em comemoração ao dia 25 de Julho, Dia da mulher afro latino-americana e caribenha e ao dia 31 de julho, Dia da mulher africana, ambos instituídos a partir da pressão do movimento social e das mulheres negras organizadas, realizou, no último dia 31/07, na APLB, em Salvador, mais uma edição do Ípadé das Pretas. A atividade foi organizada pela Conen-Mulher e contou com a participação da Coordenadora de Formação do Sintsef-BA, Erilza Galvão, que desde o ano de 2021 integra esse setorial da Conen.

Trata-se de um espaço de reflexão e formação política. Acima de tudo, uma atividade onde é possível conhecer a história da organização do movimento de mulheres negras, e como elas têm cada vez mais se organizado e disputado espaços diversificados dentro da sociedade. Mulheres como Josina Machel, a homenageada de 2022, e heroína da história da libertação de Moçambique, que lutou bravamente pela independência do seu país. Sua trajetória merece ser conhecida por causa da sua dedicação à causa da independência. Aos 18 anos, fugiu de casa para se dedicar à luta e mais tarde chegou a recusar uma bolsa para estudar na Suíça, preferindo ficar e continuar na resistência aos portugueses. Josina Machel lutou ainda pelo direito das mulheres, defendendo a intervenção destas na luta pela libertação e a sua participação ativa na política.

O Ípadé é realizado desde 2012 como forma de celebrar diversas datas importantes para a agenda de lutas desse segmento, como os já mencionados 25 de julho – Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha (data que representa também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia Municipal da Mulher Negra de Salvador) e dia 31 de Julho – Dia da Mulher Africana. É um momento de diálogo de gerações, de movimentos sociais, uma troca de experiências, vivências, saberes, de (re)conhecimento e afirmação da identidade de matriz africana.

Em ioruba a palavra Ípadé tem o significado de reunião. Para as mulheres negras, que vivenciam as exclusões causadas pela intersecção do racismo e do machismo, reunir para pensar a sua atuação política é extremamente importante.

No contexto das religiões de matriz africana no Brasil, usa-se “PADÊ” “PADÊ DE EXÚ”, provavelmente relacionado ao verbo “PÀDÉ” = ENCONTRAR e significa cerimônia para a divindade/orixá Exú, realizada antes de começar os trabalhos rituais, na qual se oferecem, antes do início das cerimônias públicas ou privadas, alimentos e bebidas votivas, na intenção de que agencie a boa vontade dos orixás. Antes de qualquer cerimônia interna ou pública do Candomblé, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado.

“Foi um momento de reencontro da celebração presencial, suspensa em 2020 e 2021”, definiu Erilza ao reafirmar a importância da participação no evento. Representou ainda uma celebração para energizar as participantes na superação das adversidades trazidas pela pandemia, pelo negacionismo, pela exclusão social do atual governo. Para a Coordenadora e também secretária de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da Condsef/Fenadsef, “foi muito gratificante poder estar lá, enquanto dirigente sindical, enquanto mulher, afrodescendente, enquanto feminista negra e ter mais uma oportunidade de exercitar o lema do Sintsef: ‘Um elo de solidariedade e luta’”, concluiu.






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