Sindsep-DF
No mundo todo a pandemia do coronavírus apenas precipitou uma crise que vinha de antes. Crise econômica, política e social, fruto de uma economia baseada na especulação financeira e na destruição dos direitos da ampla maioria, destruição dos serviços públicos, das empresas estatais, destruição das nações.
No Brasil, desde o golpe de 2016, acelerou-se brutalmente a política de retirada de direitos dos trabalhadores. O falso pretexto era gerar empregos, mas o que foi gerado são milhões de trabalhadores precarizados, sub-empregados e novos desempregados – todos chamados cinicamente de “empreendedores”.
Os ataques aos serviços públicos afetaram especialmente a saúde, a educação e a previdência públicas. A pandemia do novo coronavírus encontrou um governo brasileiro que em vez de proteger o povo e a nação viajou aos Estados Unidos e trouxe de lá 22 infectados, ajudando a disseminar a pandemia!
Jair Bolsonaro fez chacota com a gravidade da situação, contrariou orientações sanitárias dos técnicos e cientistas da área de saúde, divulgou mentiras e fake news, editou medida para favorecer empresários e prejudicar os trabalhadores, seu ministro da economia cria obstáculos para distribuir a pequena renda mínima emergencial de três meses que o Congresso aprovou para os milhões de desempregados, informais e autônomos e que são os mais vulneráveis à contaminação.
Como diz a nota da Executiva da CUT Nacional, de 27.03, “Bolsonaro é o maior empecilho ao enfrentamento da crise sanitária, econômica e social. Ele não tem condições de presidir a nação e não é possível adiar a luta pelo fim do seu governo”.
Depois da reunião de nossa Executiva, em pronunciamento pela televisão, Bolsonaro voltou a mentir sobre a OMS e sobre seu próprio passado dizendo que “minha preocupação sempre foi salvar vidas”. Como “salvar vidas” quem defende torturadores, homenageia milicianos e, na pandemia, promove as carreatas da morte?
Não foi por acaso que, de norte a sul do país, durante esse discurso, a população expressou sua indignação e repúdio contra esse governo, que deixou o povo completamente desamparado, num forte e generalizado panelaço, a manifestação possível neste período de quarentena.
Mas a crise não apagou a política que nos deixou vulneráveis à pandemia e é ela que precisa mudar – o que só é possível com o fim desse governo e, depois, quando as condições permitirem, com ampla reforma das instituições. De fato, editorias de jornais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o próprio Guedes, se voltam para os servidores e empregados públicos dizendo que “é preciso fazer sacrifícios” e buscam meios de reduzir nossos salários e direitos.
É o mesmo lenga-lenga de sempre. Atacam os servidores para proteger os rentistas, financistas e bilionários.
O Sindsep-DF, ao mesmo tempo que defende a ampliação da assistência aos informais, aos milhões jogados na miséria pela política desse governo, vai lutar frontalmente contra o corte de salários e direitos dos servidores e empregados públicos.
E, ainda mais durante a crise, vai agir para proteger os direitos e a saúde de todos os servidores e empregados públicos, em particular dos setores essenciais que precisam de Equipamentos de Proteção Individual e condições seguras de trabalho que, muitas vezes, são inexistentes.
Não é hora para dilemas. A vida vem sempre em primeiro lugar! Na crise sanitária, cada um estará protegido somente se todos estiverem protegidos!
A Executiva do Sindsep-DF continuará buscando impulsionar a organização da categoria para defender seus direitos e reivindicações num momento em que o isolamento social impossibilita a realização de reuniões da Diretoria Plena, Assembleia Geral ou Congresso, mas quando a luta pelo fim do projeto do Governo Bolsonaro se faz urgente!
Diretoria Executiva
Gestão 2018/2021