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28/04 - Sem presidente da Funai, audiência sinaliza derrubada de decreto que desmonta o órgão

Com intensa participação de deputados, comunidades indígenas e servidores foi realizada nesta quarta-feira audiência pública para debater o decreto 7.056/09 que mexe na estrutura da Fundação Nacional do Índio (Funai), extingue 40 administrações regionais e 337 postos indígenas pelo Brasil. A princípio o debate aconteceria no anexo II da Câmara dos Deputados, mas o grande número de manifestantes interessados na matéria levou a audiência para o auditório Nereu Ramos. Cerca de 300 índios acompanharam as discussões que não contaram com a participação do presidente da Funai, Márcio Meira. Convidado, Meira preferiu enviar representante; o procurador Antônio Marcos Guerreiro. Mas a ausência do presidente da Funai não impediu que a audiência apontasse para a necessidade de derrubar o decreto que promove o desmonte do órgão. Veja aqui documento distribuído pela Condsef durante audiência.



Apenas Guerreiro, representando Meira, se posicionou a favor do decreto 7.056/09. Os demais participantes da mesa que compôs o debate foram taxativos ao dizer que o projeto é nocivo tanto às comunidades indígenas quanto aos trabalhadores da Funai. A maioria defende que a Funai não precisa de um decreto que desmonte sua estrutura e sim de propostas que venham melhorar as condições de trabalho dos servidores e o atendimento aos povos indígenas.

Apoio e pressão parlamentar – Desde janeiro, Condsef e suas filiadas, acompanhadas também por representantes das comunidades indígenas, buscam apoio parlamentar para a revogação do decreto 7.056/09. O deputado Mauro Nassif (PSB-RO), que solicitou a realização desta audiência, defendeu a necessidade de apagar os efeitos perversos do decreto. Quem também foi ao auditório Nereu Ramos foram os deputados Luiz Carlos Raury e Roberto Santiago, autor e relator do decreto 2.393/10 que susta os efeitos do decreto 7.056/09. Todos os parlamentares disseram que buscarão meios para solucionar os problemas apontados pelos trabalhadores da Funai e índios. Os parlamentares pretendem buscar diálogo com a direção da Funai, Ministério da Justiça e Presidência da República. Tudo em busca de apoio para aprovar proposta que susta os efeitos prejudiciais do decreto 7.056/09.

Resistência – Além de apoio para revogar o decreto 7.056/09, a Condsef solicitou aos deputados empenho para buscar a desocupação da Força Nacional das dependências do prédio da Funai, em Brasília. A ocupação se arrasta desde janeiro sem qualquer justificativa para que se perpetue. Outra preocupação da Condsef é que a Funai restabeleça o fornecimento de suprimentos para as comunidades indígenas acampadas na Esplanada dos Ministérios. Desde janeiro dezenas de índios que reagem ao desmonte da Funai resistem bravamente mesmo privados de suporte que o órgão deveria promover. Um descaso que o governo não pode permitir. Para contornar a situação, Condsef e filiadas realizam um rateio solidário para auxiliar esses manifestantes. 

No dia 5 de maio uma nova audiência pública para debater a Funai acontece no Senado. Solicitada por Cristóvam Buarque, esta audiência é mais uma oportunidade de defender o fim do desmonte da Funai e a apresentação de propostas verdadeiramente capazes de resolver o mau que hoje acomete tanto comunidades indígenas quanto trabalhadores que as atendem.






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