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17/02 - Governo age como Pilatos e leva servidores a agendar greve para 15 de março

O governo transferiu ao Congresso Nacional a responsabilidade de decidir sobre o reajuste a ser dado em 2006 aos servidores lotados no Executivo Federal. Ao lavar as mãos, a exemplo de Pilatos, e cancelar na noite de ontem (16) uma reunião onde apresentaria propostas direcionadas à base da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF), o Ministério do Planejamento (MPOG) jogou um balde de água fria nas expectativas do setor para 2006 e acionou uma bomba relógio. Pegos de surpresa, os dirigentes da entidade iniciaram um movimento na tentativa de avisar a categoria sobre o que parecem ser os planos do governo: descumprir os acordos firmados com mais de 700 mil trabalhadores em 2005. Uma greve para o dia 15 de março foi confirmada hoje (17) durante Plenária Nacional da entidade. Presente à Plenária, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) assumiu o compromisso de apoiar e reforçar a luta do setor. No dia 11 de março uma Plenária Extraordinária avalia os avanços do movimento.



Mesmo com a notícia de última hora, cerca de duzentos servidores, em sua maioria administrativos do Ministério da Educação (MEC), se reuniram em frente ao Planejamento para protestar.

A partir de segunda-feira (20), os representantes dos servidores voltam a seus Estados com o compromisso de mobilizar a categoria em torno de um movimento que, segundo lideranças, pode parar a Esplanada. Com o clima de insatisfação instaurado e as reivindicações não cumpridas ao longo das negociações de 2005 a expectativa é de que o movimento provoque uma greve histórica da categoria, a maior dos últimos quinze anos.

Acordos não cumpridos

De acordo com levantamento feito pela CONDSEF, treze acordos feitos com o governo em 2005 ainda não foram cumpridos. O Plano de Classificação de Cargos (PCC) vive situação particular, pois sequer foi apresentada proposta a este setor. Com isso, passam para catorze o número de categorias aguardando uma posição do governo.

Na lista dos insatisfeitos estão servidores da Fazenda, Agricultura, Funai, Planejamento, Ex-territórios, civis dos Órgãos Militares, Agências Reguladoras, Seguridade Social, incluindo Funasa, Saúde e Delegacias Regionais do Trabalho (DRT´s), Ciência e Tecnologia, Incra, Banco Central, administrativos do MEC, AGU, além do conjunto de servidores do PCC que reivindica acordo que contemple a paridade.

Pressão no Congresso continua na próxima semana

A categoria decidiu intensificar suas ações no Congresso Nacional depois de receber a informação, que já circula na imprensa, de que o governo deixou a cargo dos senadores e deputados a resolução de garantir verba no orçamento para servidores da União.

Pelas contas da entidade, R$ 6 bilhões serão necessários para cobrir todos os acordos que o governo assumiu em 2006. O montante também pode assegurar aos ativos e aposentados do Plano de Classificação de Cargos (PCC) um reajuste que agrade a categoria e inicie um processo de recuperação nesses salários, congelados há mais de dez anos.  “Anos de arrocho salarial levaram a categoria ao seu limite. Estamos dispostos a tudo”, relatou o secretário-geral da Confederação, Josemilton Costa.

Em todos os discursos ficam claras as intenções do setor. “Estamos cansados de ser tratados com descaso e desrespeito. Se o governo não sabe tratar o servidor, nós vamos ensinar a ele como fazer isso”, disse uma das líderes do movimento dos administrativos do MEC durante discurso em frente ao MPOG. “O governo está nos empurrando para essa greve. Se não atender nossas expectativas vamos parar a Esplanada dos Ministérios”, garantiu outro diretor da Confederação.





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