Ao tentar antecipar decisão que cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) de julgar processo de mobilização dos servidores da área ambiental (MMA, Ibama e ICMBio), a Advocacia-Geral da União (AGU) assume postura que merece repúdio. Essa é a visão da Condsef. A entidade aguarda publicação de acórdão do STJ que já julgou de forma parcial a paralisação dos servidores da área ambiental. Para o STJ, mantidos os serviços essenciais, a categoria tem todo o direito de se mobilizar. Após a decisão, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, passou a se pronunciar publicamente dizendo que vai solicitar do Ministério do Planejamento lista dos serviços considerados essenciais pelo governo a começar pelos setores que estão com atividades paralisadas. Para a Condsef essa é uma tentativa de antever e se intrometer em decisão sobre a qual o STJ ainda não se pronunciou.
“Além de praticar terrorismo com servidores ora mobilizados, isso é um desrespeito ao trabalho dos ministros do STJ envolvidos num julgamento ainda em curso”, criticou Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação. Costa acrescentou que não é papel da AGU definir normas que regulamentem o processo de mobilização dos servidores. “Este é um papel do Parlamento. Enquanto não há decisão sobre isso, vale o que foi decidido pelo STF”, disse. O secretário-geral se refere à decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou que enquanto não houver regulamentação de paralisação no setor público, vale a lei aplicada à iniciativa privada. Dessa forma, o Superior Tribunal de Justiça é o órgão competente para determinar limites e avaliar situações. “A AGU é responsável por defender interesses do governo e não por interferir, decidir e regulamentar normas que o servidor público deve seguir”, argumentou Costa.
A Condsef e sua assessoria jurídica seguem acompanhando de perto o andamento do processo que corre no STJ. A Confederação seguirá defendendo o direito dos servidores de sua base de se mobilizar quando esta se configurar o último recurso da categoria em defesa de seus direitos e em busca do atendimento de suas reivindicações.