RELATÓRIO DO ENCONTRO NACIONAL CONJUNTO DOS SERVIDORES DO MTPS - SETOR DO TRABALHO - CONVOCADO PELAS ENTIDADES: CONDSEF, FENASPS E CNTSS, REALIZADO NO DIA 19 DE ABRIL DE 2016, NA SEDE DA CONDSEF, EM BRASÍLIA/DF
Presentes: 19 Estados (AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RS, SE, SP e TO).
Pauta: 1 - Informes; 2 - Conjuntura; 3 - GEAP; 4 - Propostas/Encaminhamentos.
O Encontro teve início com os informes nacionais referentes às reuniões no dia 18/04; reunião preparatória ao encontro e reunião com representantes das três entidades na Coordenadoria de RH do MTE.
Na reunião com a Coordenadora Silene foram debatidas as questões referentes: a) acordos de greve 2010, 2012 e 2015 e compensação por demanda reprimida; b) portaria 2551/2010 que trata da liberação de servidores para atividades sindicais da categoria; c) ampliação do GPCOT com a fusão dos ministérios MTE e MPTS. A coordenadora se comprometeu a encaminhar com a urgência possível as demandas apresentadas.
A seguir reunimos com o assessor do Ministro Guilherme, ao qual expusemos as questões já apresentadas à coordenadora de RH, bem como questionamos a respeito da nova estrutura do ministério aprovada através da Lei 13.266/2016, que ainda não está regulamentada. O assessor nos informou que também estão aguardando o decreto, que deverá sair na próxima semana, já que com a fusão o Ministério da Previdência Social foi extinto e se fundiu ao MTE, mas que não tem previsão do regimento. Informou ainda que pode adiantar que deverão ser extintos 102 cargos de DAS, mas garantiu que esses cargos somente serão extintos na sede e não nos estados.
Logo após foram passados os informes dos estados, onde todos os trabalhadores presentes se sentiram recompensados pelo Encontro, pois entendiam ser uma necessidade há bastante tempo pretendida:
Informes dos Estados
Os trabalhadores presentes ao encontro denunciaram o risco de fechamento de agências e de gerências, pelo estado de sucateamento a que as mesmas estão submetidas. Informaram a dificuldade em atingir as metas, já que falta um contingente importante de servidores, reconhecem a necessidade da luta e do fortalecimento da mesma, mesmo com dificuldade de mobilização e horas ainda a pagar. Expressaram ainda as suas angustias pela demora em conhecer a nova estrutura e insegurança pelo momento crítico que o país vive.
Informe GEAP
É preciso resgatar alguns itens para atualizar o contexto. A GEAP, nos últimos anos, tem servido como cadeira para os afetos do governo que precisam de cargos, e isto tem prejudicado a instituição.
O Atual Conselho de Administração - CONAD é composto por 3 indicados pelos trabalhadores e 3 pelo governo. O governo indica o presidente, que tem o voto de minerva. Pode decidir, mesmo que os eleitos pelos servidores votem contrário. Nos últimos períodos houve aumentos abusivos, por conta de investimentos em bancos com alto risco de insolvência. Em 2014, houve a eleição para o CONAD, onde as entidades (Condsef, Fenasps, Condsef e Fasubra) e a representação dos trabalhadores da GEAP, por entenderem a importância da GEAP como política de saúde para os servidores, construiu uma chapa conjunta. Consideramos que houve fraude na eleição, pois a maioria dos servidores não conseguiu votar. E, hoje, quem está na GEAP está prejudicando a instituição com reajustes abusivos, que estão retirando do plano centenas de beneficiários, os de maior idade e mais baixa renda.
As entidades sindicais buscaram a justiça para combater os aumentos abusivos. Cerca de 15 mil servidores saíram porque não conseguiram pagar o plano. Os servidores pagam 78% do plano e não detêm a direção do plano. As entidades nacionais têm que se unir e propor ações para garantir que a GEAP continue como o plano de saúde dos servidores federais, buscando no governo aumento do per capta e fazendo com que o governo deixe de intervir na mesma, colocando lá gestores sem o menor comprometimento com a entidade.
A SRT-MPOG ficou de encaminhar o problema à Casa Civil, durante a negociação dos acordos, mas ainda não enviou. Não podemos permitir que a entidade pague milhões a uma assessoria jurídica que decide o que é melhor para a entidade, com a sua opinião, e desrespeitando as ordens judiciais.
Lutamos pelo SUS, mas não podemos entregar ao capital o nosso Plano de Saúde.
As entidades que defendem a GEAP propuseram ações no Congresso Nacional, onde estão discutindo na Comissão de Seguridade Social e na subcomissão de saúde sobre os planos de autogestão. E no MPOG estão buscando alternativas para salvar a GEAP.
A FENASPS tão logo soube da nota técnica que alterou novamente os valores da mensalidade de 37,77 a 1.370%, entrou na justiça pedindo reajuste zero ou o reajuste de 13,77%, que foi o que a ANS concedeu aos planos de saúde, e conseguiu liminar em que o juiz determinou o reajuste de 20%. Reajuste este reafirmado no TRF1. A FENASPS ainda, em sua Ação Civil Pública, solicitou que a justiça determine acesso a toda a documentação para verificação de onde estão sendo colocados os valores das mensalidades.
A CONDSEF, tão logo surgiu o problema, contatou a GEAP. E esta apresentou a prestação de contas. Apresentaram quadro do aumento que foi determinado pela ANS, sendo que 20% de reajuste foi o da inflação médica, 14% para um fundo de reserva e o restante provisionamento para cobrir multas de ações judiciais. A GEAP está sob intervenção fiscal que monitora diariamente se o saneamento da GEAP podendo caso não consiga ser liquidada como aconteceu com a UNIMED-PAULISTA. Durante este período a CONDSEF reuniu-se com a ANS, com o Presidente do CONAD/GEAP e com direção executiva, buscando alternativas para impedir o aumento. Estamos com problemas em todos os planos de auto gestão tais: CAPSAÚDE, ASSEFAZ etc., pois existe um ataque contra este modelo de plano pelos planos privados no TCU e STF.
Para resolver o problema do aumento, a CONDSEF tentou convencer o MPOG a aumentar o repasse do governo, e como não conseguiu, a CONDSEF orientou as entidades estaduais, por serem os legítimos representantes dos servidores, a entrarem com ações judiciais contra o aumento. E tem conseguido várias liminares.
As entidades acordaram em fazer um seminário conjunto nacional para discutir os planos de gestão. Onde será tirado um plano de ações para construção da luta por planos de saúde suplementar que atendam os anseios dos servidores federais. Dentre as propostas, o controle pelos trabalhadores e a participação do governo de no mínimo 50%.
A GEAP tem duas ações contra ela, uma movida pela OAB, no STF, e outra no TCU, movida pela Qualy e Golden Cross.
As entidades nacionais não aceitam que o governo, através de seus sindicados, prejudique a entidade que os trabalhadores construíram. E que os mesmos acabem sendo obrigados a sair do plano por não conseguirem pagar os reajustes abusivos.
Análise de Conjuntura
Os servidores se dispuseram, em sua maioria, a analisar a conjuntura atual do governo frente às ações encaminhadas no Congresso, bem como as questões relativas às greves e Acordos de greve. Entendem que o governo poderia ter concedido à classe trabalhadora benefícios, mas que optou em atender os anseios do capital. O PL 257 é uma afronta a classe trabalhadora e ao estado brasileiro.
Os servidores acreditam que após o impeachment, a direita conservadora, até então aliada do governo, atacará ainda mais os direitos dos trabalhadores. E por esta razão é necessário que estejamos mais do nunca unidos para enfrentar a conjuntura que se apresentará, e que poderá colocar em risco os acordos de 2015.
Mas, não é só isso, pois o PLP-257/2016, apresentado pelo atual governo, representa um ataque brutal ao funcionalismo das 3 esferas (servidores federais, estaduais e municipais) e um duro ataque aos Serviços Públicos e aos trabalhadores. O Governo Federal, com o objetivo de garantir o financiamento da dívida pública, propõe mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal, objetivando a adoção de medidas, tais como: 1) instituição de previdência complementar; 2) aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14 por cento; 3) impedimento de aumento real de salário, incluindo também o aumento real do salário mínimo, aos aposentados do INSS; 3) impedimento da criação de cargos, empregos e funções, bem como, de mudanças nas carreiras dos servidores, que impliquem em aumento de despesas; 4) suspensão da admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas a reposição decorrentes de aposentadorias ou falecimento. 5) impedimento da progressão na carreira; 6) suspensão da realização de concursos públicos, inclusive da convocação dos já aprovados; 7) incentiva a demissão voluntária (PDV´s); 8) promove a licença incentivada, que pode significar disponibilidade com salários proporcionais; 9) garante a contratação somente de terceirizados, computando esses gastos como despesa de pessoal, o que representará, dentre outros problemas, maior arrocho salarial para os servidores, em função do limite de gastos com pessoal, previsto na LRF. Ainda que o PLP-257/16 estabeleça estágios para aplicação das medidas mais duras, não se pode tirar de vista que os servidores estarão o tempo todo com a arma apontada para as suas cabeças, já que a aferição, a depender da magnitude de excesso de gastos dos entes envolvidos, poderá ser feita trimestralmente ou por ocasião da elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Propostas aprovadas no Encontro
SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
Brasília-DF, 19 de abril de 2016.
CONDSEF/FENASPS/CNTSS