RELATÓRIO DO ENCONTRO NACIONAL DOS SERVIDORES DA C&TI
Data: 13/05/2016.
Local: Sede da CONDSEF.
Estados Presentes: DF, MG, PE, RJ e SP.
Pauta: 1) Informes; 2) Conjuntura; 3) Proposta/Encaminhamentos.
O Encontro teve início com os informes nacionais referentes ao PL 257/2016 e a reunião do Fórum de CT&I, ocorrida no dia anterior.
Logo após, foram passados os informes dos estados, onde todos os trabalhadores presentes colocaram o problema do desmonte do setor de CT&I, com esvaziamento dos órgãos por causa das aposentadorias, além das incertezas como a PEC 130/13 no cumprimento dos acordos assinados no ano passado, foi destacado ainda o PL 257/2016, que coloca em risco o futuro dos servidores e do serviço publico.
Os trabalhadores presentes ao encontro denunciaram o risco de fechamento de órgãos, por causa do estado de sucateamento a que os mesmos estão submetidos. Apresentaram a necessidade da unidade dos servidores para superar o momento político atual. Entendem que somente a luta conjunta poderá derrotar o PL 257/2016, sendo necessário o fortalecimento e a mobilização dos servidores das três esferas. Expressaram ainda as suas angustias pelas constantes mudanças na direção e principalmente nas indicações que foram feitas por Temer.
Análise de Conjuntura
Os servidores se dispuseram, em sua maioria, a analisar a conjuntura atual do governo frente às ações encaminhadas ao Congresso, bem como as questões relativas aos acordos salariais assinados. Entendem que Dilma poderia ter concedido benefícios à classe trabalhadora, mas optou por governar com inimigos, que acabaram derrubando o governo.
Acreditam que após o impeachment, a direita conservadora, até então aliada do governo, atacará ainda mais os direitos dos trabalhadores. Por esta razão é necessário que estejamos, mais do nunca, unidos para enfrentar a conjuntura que se apresentará, e que poderá colocar em risco os acordos de 2015.
O PL 257 é uma afronta a classe trabalhadora e ao estado brasileiro. E Não é só isso, o PLP-257/2016, representa um ataque brutal ao funcionalismo das 3 esferas (servidores federais, estaduais e municipais) e aos trabalhadores. O Governo Federal, com o objetivo de garantir o financiamento da dívida pública, propõe mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal, objetivando a adoção de medidas, tais como: 1) instituição de previdência complementar; 2) aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14 por cento; 3) impedimento de aumento real de salário, incluindo também o aumento real do salário mínimo, aos aposentados do INSS; 3) impedimento da criação de cargos, empregos e funções, bem como, de mudanças nas carreiras dos servidores, que impliquem em aumento de despesas; 4) suspensão da admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento; 5) impedimento da progressão na carreira; 6) suspensão da realização de concursos públicos, e da convocação dos já aprovados; 7) incentivo a demissão voluntária (PDV's); 8) licença incentivada, que pode significar disponibilidade com salários proporcionais; 9) garantia de contratação somente de terceirizados, computando esses gastos como despesa de pessoal, o que representará, dentre outros problemas, maior arrocho salarial para os servidores, em função do limite de gastos com pessoal, previsto na LRF.
Ainda que o PLP-257/16 estabeleça estágios para aplicação das medidas mais duras, não se pode perder de vista que os servidores estarão o tempo todo com a arma apontada para as suas cabeças, já que a aferição, a depender da magnitude de excesso de gastos dos entes envolvidos, poderá ser feita trimestralmente ou por ocasião da elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Propostas aprovadas no Encontro
- Preparar a categoria para lutar em defesa dos direitos. Contra o PLP 257/2016. Contra quaisquer ataques desferidos contra os trabalhadores e contra o Serviço Público em geral; pela aprovação dos PLs referentes aos acordos de greve e outros de interesse da categoria que tramitam no Congresso;
- Ato conjunto, em maio, organizado pelas entidades nacionais, denunciando as irregularidades na GEAP, o reajuste abusivo que jogou pra fora do plano um contingente enorme de assistidos, causando prejuízos enormes para os servidores e seus dependentes;
- Realização de seminário, organizado pelas entidades nacionais, para tratar dos assuntos relacionados ao plano de saúde de Auto Gestão;
- Unificar a luta com todos os SPF's das três esferas;
- Fortalecer a luta da base da CONDSEF;
- Lutar pela valorização do VB com incorporação das gratificações;
- Que as GQ e as RT sejam percentuais sobre o VB;
- Reajuste geral dos benefícios (auxílio-alimentação, vale-transporte, diárias, auxílio-creche e maior aporte do governo federal no plano médico);
- Reajuste da contrapartida para os Planos de Saúde;
- Contra o aumento abusivo dos Planos de Saúde;
- Reforçar e participar da luta dos SPFs nos Estados;
- Incorporar os institutos nacionais de Cardiologia e Traumato-ortopedia na CT&I;
- Retirar da ficha funcional dos servidores os assentos em participação nas greves;
- Inclusão das GQ's 2 e 3 para os servidores de nível auxiliar;
- Recomposição das RT's e GQ;
- Regulamentação da Aposentadoria Especial.
- Revisão da ON nº 06/2013, que trata da insalubridade, Periculosidade e outros adicionais;
- Incluir os anistiados do governo Collor no plano de carreira de C&TI como RJU;
- Participação da representação dos servidores nos Comitês de busca de dirigentes de instituições;
- CPC e escola de governo; COMITÊ DO PLANO DE CARREIRAS;
- Equiparação das GQ's à maior GQ existente hoje;
- Vetos presidenciais e regulamentos específicos da Lei 13.243;
- Cumprimento total do acordo n° 09/2012, assinado pelo MPOG e CONDSEF/CUT/Fórum C&TI, quanto a incorporação da GDACT ao VB (cláusula terceira);
- Pagamento imediato do retroativo da gratificação de qualificação de nível intermediário a partir de 2008;
- Retorno da ascensão funcional, de acordo com a PEC 34/2007;
- Política permanente para recomposição do quadro de pessoal;
- Realização imediata de concurso público;
- Contra a quebra do monopólio da produção de radiofármacos e sua utilização através do Sistema Único de Saúde.
Brasília-DF, 13 de maio de 2016.
Diretor/CONDSEF