Paulo Guedes, Ministro da Economia do governo Bolsonaro, classificou os servidores públicos de "parasitas".

Ele cursou economia na UFMG, uma universidade pública e gratuita. Depois foi estudar na Universidade de Chicago agraciado por uma bolsa de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), dinheiro público, no valor de US$ 2.330 mensais, por dois anos.

De volta ao Brasil e ressentido por seu fraco desempenho acadêmico em nosso país, Guedes se fez recrutar pela ditadura de Pinochet para ser garoto propaganda das políticas do FMI no Chile. Assim, ele parasitou o dinheiro público chileno ajudando a promover a desgraça do povo que viu subtraída sua previdência social e serviços públicos como saúde e educação. Não por acaso, Guedes alarmou-se diante da mobilização ora em curso naquele país e, no Brasil, lembrou de recorrer ao... AI-5.

A retribuição que deu ao estado brasileiro por ter cursado universidade pública e recebido bolsa para estudar no exterior foi fundar o Banco Pactual, em 1983, e, segundo biógrafos, fazer fortuna no mercado especulativo - parasita por definição.

Em 2005, participou da fundação do chamado Instituto Millenium, uma reedição dos "institutos" (IPES/IBAD) que, no início da década de 1960, ajudaram a preparar o golpe militar de 1964. Como os do passado, o Millenium é parte de uma "rede" financiada sobretudo do exterior - no caso por multimilionários, entre os quais alguns donos de empresas de petróleo - e por certos empresários tupiniquins. Com qual interesse esses, sim, parasitas colocam aí seu dinheiro alimentando paulos guedes?

No Brasil do governo Bolsonaro, Guedes quer "privatizar tudo" e ombreia com Weintraub que quer destruir a escola pública do país. Para quem defende o ensino público, gratuito e de qualidade o Ministro da Educação é um reles incompetente. Mas para quem, como Paulo Guedes, é dono de participações em empresas que exploram o ensino privado e editoras de livros didáticos, Weintraub é um ótimo ministro: o deperecimento da escola pública e de instituições como o INEP, FNDE, CAPES, etc., será ótimo negócio para os parasitas do ensino.

E ainda no terreno das aplicações financeiras há a notícia de que ele é alvo de uma investigação por fraude contra fundos de pensão de funcionários do Banco do Brasil, da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal.

Ao falar em "parasita" não estaria Paulo Guedes referindo-se a si mesmo?

* Edison Cardoni é diretor da Condsef/Fenadsef