Vicente Oliveira do Carmo
Diretor da Secretaria de Políticas Públicas do Sintrasef

Os problemas relacionados às mudanças no mercado de trabalho, reflexo da globalização e das crises financeiras, levaram à precarização das relações trabalhistas e redução de direitos dos trabalhadores, trazendo, também, a onipotência de alguns gestores, que considerados úteis ao sistema, proporcionam ao trabalhador conviver com mais um inimigo no seu cotidiano de atividades laborais: o Assédio Moral no ambiente de trabalho.

Trata-se de atos de opressão, humilhação, violência psicológica, constrangimentos, perseguição, terrorismo emocional e anulação da capacidade laboral do trabalhador. Estas ações isoladas ou praticadas no seu conjunto ferem a condição humana e a dignidade da pessoa e passaram a ser adotadas, de formas variadas, em vários órgãos da administração pública.

Estas práticas administrativas lembram o caráter repressivo e dessintonizado dos tempos sombrios do AI-5. Os ocupantes das cúpulas administrativas ao praticarem estes mais perversos abusos contra os trabalhadores agem, também, contra a Constituição Federal, contra as instituições públicas do país e vergonhosamente desrespeitam os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Diante das práticas de Assédio Moral no serviço público denuncie. Para combater esses abusos existem dois caminhos: os servidores se conformam e continuam a engrossar as filas dos humilhados e deprimidos, tendo como maior doença o ambiente de trabalho ou os trabalhadores se organizam e se conscientizam da opressão a que estão submetidos e reagem.

É necessário que o desejo de lutar e de justiça estejam presentes em cada trabalhador. E, sobretudo, é necessário que nos ergamos das nossas cadeiras e tomemos as ruas e praças para gritar Direito à Dignidade no Serviço Público.

Publicado em 17/09/2009